segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O SER e o FAZER



Nas discussões e reflexões com meu estimado amigo Celsinho, sempre vem a baila a questão da caridade, das obras. A crítica levantada é até em certa medida real, já que muitos cristãos amparados em um pensamento soteriológico de fé acabam por vezes  desprezando a caridade.



Nos evangelhos, no entanto, vemos Jesus anunciando o reino dos céus, e sua primeira ordem é: ARREPENDAM-SE. Notem que tal atitude depende do reconhecimento de que preciso rever minha vida e realinhá-la para o centro da vontade de Deus. Arrepender-se é mudar o SER, não dá pra FAZER arrependimento, só arrepender- SE, entendem?



O SER sempre será acompanhado do FAZER, mas nem sempre o contrário.

Aquele que é honesto sempre agirá com honestidade. O bom marido sempre será bondoso com sua esposa. A bondade, a honestidade, a ética , entre outros, são FAZERES de um SER que É bom, que É honesto, que É ético... No entanto, nem todos que FAZEM ,SÂO(...) Muitos doam milhões para caridade e, no entanto exploram seus empregados, são reconhecidamente religiosos e pais e maridos horrorosos(...)



O SER não pode ser falsificado, maquiado... mas o FAZER sim(...)

A mulher samaritana perguntou ao Mestre: “onde devo adorar? aqui no monte ou em Jerusalém?” Jesus responde: “Não importa ONDE, mas COMO. Ou seja, em espírito e em verdade. Um religioso rico perguntou a Jesus o que FAZER para SER perfeito. Ele esperava mais normas, mais leis, talvez um jejum mais rigoroso. Para sua surpresa o Mestre leu o seu SER e viu nele a cobiça, então o aconselha a vender tudo e dar para os pobres. Aquele era o único FAZER que teria repercussão no seu SER.



Na parábola do samaritano vemos de novo Jesus cutucando os judaizantes com suas leis inflexíveis, que colocam os serviço religioso acima do Amor. O levita e o sacerdote representam exatamente os religiosos preocupados com a aparência, com o status quo. Não é a toa que Jesus os chamou de sepulcros caiados, pois por fora pareciam piedosos, mas por dentro, no âmago do seu SER eram repugnantes. Jesus também transforma o vilão em herói. Aquele mais desprezado pelos Judeus se torna o modelo. O Senhor mais uma vez nos ensina que o que importa é o conteúdo e não o recipiente.



O FAZER desacompanhado do SER é apenas proselitismo. Também, aquele que nada FAZ mostra seu verdadeiro SER.



Um forte abraço.



Naquele que SE tornou homem para nos FAZER justos.



Gedmar

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